Temos de colocar uma lanterna incidindo sobre nossos pensamentos indelicados referentes à pessoas e situações. Devemos tomar consciência de como nos sentimos, do que desejamos, do que esperamos, de quão terrível julgamos alguém ou nós próprios – da nuvem que encobre tudo. Fazemos como uma pequena lula que produz uma inundação de tinta atrás de si, para que nossos equívocos não sejam detectados. Desse modo logo que acordamos de manhã começamos a esguichar tinta. Qual é a nossa tinta? É nossa preocupação com nós mesmos que sombreia a água à nossa volta. Quando a nossa vida gira exclusivamente em torno de nós mesmos, criamos confusão. Podemos até insistir que não gostamos de contos de fadas à nosso respeito, mas o fato é que gostamos. Alguma coisa dentro de nós fica fascinada com o nosso drama e se apega a ele, confundindo-nos. A prática deve nos conduzir até aquele espaço simples e isento de drama, no qual as coisas são apenas o que são, no qual elas apenas acontecem.
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