sábado, 11 de dezembro de 2010

a estrela do gullar

É engraçado, raramente entro numa livraria com um livro em mente, mas parece que daquela montanha de livros que cobrem hoje em dia as prateleiras sempre algum me acena e pede: me leva. Desta vez foi um pequeno livro de poemas do meu amigo Ferreira Gullar, que eu conheço de uma encarnação passada, quando ambos éramos do CPC da Une.

Dos poemas do livro, "Em alguma parte alguma", um me comoveu particularmente e o copio abaixo para vocês:

A ESTRELA

Gatinho,  meu amigo,
fazes ideía do que seja uma estrela?

Dizem que todo esse imenso planeta
    coberto de oceanos e montahas
    é menos que um grão de poeira
    se comparado a uma delas

Estrelas são explosões nucleares em cadeia
numa sucessão que dura bilhões de anos

O mesmo que a eternidade

Não obstante, Gatinho, confesso
que pouco me importa
                 quanto dura uma estrela

Importa-me quanto duras tu,
                   querido amigo,
                   e  esses tus olhos azul-safira
                   com que me fitas

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Eu não sou amigo de um Gatinho e sim de um Cachorrinho, de olhos negros, chamado Tommy, mas faço minhas as palavras do Ferreira.

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